“O sofrimento
cessa quando o apego pelo desejo cessa“.
Siddharta Gautama, o Buda
APEGO - Estar vinculado a algo, a alguém, a um sentimento, etc.
Quer dizer estarmos presos ou fixados a algo que achamos necessário ou
primordial para nós. É a necessidade de preservar coisas, sentimentos pessoas,
etc. No Apego há sempre um sentimento de posse e poder.
DESAPEGO - Libertar-se do que não é necessário para nós. É deixar de lado
hábitos, atitudes, crenças, sentimentos, coisas, pessoas, que não são,
primordialmente, necessários para nós. Deixar de lado nossa necessidade de
possuir a qualquer custo, alguém ou algo.
Mas o que faz com que sejamos apegados? O medo de perder, medo de não
conseguir algo, medo de nos sentirmos fora dos padrões, inseguranças. etc. Portanto, medo e
inseguranças são as molas propulsoras que fazem com que nos apeguemos. E o mais
importante: esses medos e inseguranças não são racionais e palpáveis e diferem
de uma pessoa para outra.
Então o
que fazer? Será que é fácil desapegar? Conseguimos acionar algum botão em nosso
cérebro ou coração e, pronto. Livramo-nos dos medos, inseguranças etc.? Não
existem fórmulas e nem receitas, mas podemos praticar algumas ações que
gradativamente nos ajudarão a nos desapegar.
A frase acima ilustra bem o que estamos falando. Temos
desejos, que nem sempre refletem o que precisamos e ficamos reféns desses
desejos, causando apegos.
Então vamos às ações:
1- Antes de tudo precisamos
analisar bem o que é verdadeiramente importante para nós, para sermos felizes.
Será que preciso ter o carro último tipo, ou namorar o(a) mais bonito(a) da
escola, trabalho, etc, por exemplo? Preciso ter a roupa ou sapato que está na
moda? Preciso ter poder e ser quem manda no trabalho ou no lar, para ser feliz?
2- Conhecer
verdadeiramente nossas potencialidades e dificuldades, para não exigir de nós
mesmos o que não possamos oferecer. Isto não quer dizer que não podemos
aprender novas habilidades ou aperfeiçoar e melhorar nossas dificuldades. Isto
é desenvolver nossa autoestima.
3- Aceitar que todos
temos dificuldades e potenciais. Respeitar a nós mesmos e as diferenças.
4- Deixar de se
preocupar demais com o que não é importante. Acreditar que as coisas têm seus
propósitos e seu ritmo. Nesse sentido é importante desenvolver a fé em si mesmo
e nas coisas em geral.
5- Não levar a vida tão
a sério, isto é, releve algumas coisas que
o desagrada.
6- Livre-se da culpa. Perdoe
a si mesmo e aos outros.
7- Estabeleça limites
nas relações pessoais. Saiba até onde aceitar o que te fazem. E, por outro
lado, também, saiba respeitar os limites dos outros.
8- Saiba que nem tudo
que queremos é o melhor para nós.
Tudo isso que acabamos de falar não é fácil de conseguir,
exige muita perseverança e força de vontade.
Mas, se não consegue realizar, tão facilmente, boa parte
dessas ações, tente algo mais concreto:
1- Arrume seu
guarda-roupa, gavetas, mesa de trabalho, etc. Desfaça-se de tudo que não usa
mais. Doe o que estiver bom e recicle o que não dá para doar. Só essa ação já
ajuda muito a livrar espaço, tanto físico como mental e emocional.
2- Não gere arrependimentos:
.Por não deixar de
fazer coisas para si para fazer algo que pensa que outro possa estar querendo.
Nem sempre o que pensamos ser bom para o outro o é, verdadeiramente.
.Faça o que gosta.
Mesmo que trabalhe em algo que não goste tanto, procure ter um “hobby”.
.Expresse seu amor e
afeto, sem vergonha do que sente.
. Desfrute do contato
com amigos e pessoas por quem tem afeto.
4- Leia, viaje de fato ou em sua imaginação.
5- Cultive sonhos.
6- Substitua pensamentos negativos por positivos.
7- Faça algum trabalho voluntário. A satisfação que esse trabalho proporciona é inigualável.
Veja
um estudo que foi feito por uma especialista do Hospital A. Einstein sobre “Os cinco
maiores arrependimentos antes de morrer”. Acesse o link: menteseficientes.jux.com. É bem interessante.
Enfim,
precisamos nos esforçar para nos desenvolver Pessoal e Espiritualmente. Precisarmos
ser disciplinados para livrar-nos do desejo imediato em favor de um ganho
posterior “Disciplina é liberdade” já cantava Renato Russo, porque só podemos
ser livres, sendo capazes de discernir e escolher, sermos donos de nós mesmos.
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